Secção Regional da Ordem dos Médicos do Centro (SRCOM) alerta para situação de total degradação da Unidade de Saúde Familiar CelaSaúde, em Coimbra
O alerta para as condições do edifício – onde funciona a Unidade de Saúde Familiar CelaSaúde – já foi enviado para o atual titular do Ministério da Saúde.
“Os esgotos escorrem pelas paredes exteriores, as janelas estão podres, há fissuras no teto de vários gabinetes e infiltrações no pavimento, é deficitária a ventilação tornando o ar irrespirável nalgumas salas”, adianta em comunicado a SRCOM.
A rede informática e elétrica “apresentam falhas diárias”.
Estes são “alguns exemplos do estado de degradação” do Bloco A do edifício onde funciona a Unidade de Saúde Familiar CelaSaúde, no centro da cidade de Coimbra.
O imóvel está a colocar em risco a saúde dos profissionais e utentes. Registam-se “elevados valores de concentração de CO2 que excedem os limiares a partir dos quais já são nocivos para a saúde humana!” denuncia o presidente da Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos (SRCOM).
Carlos Cortes revela ainda: “Tivemos conhecimento de acidentes com alguma gravidade. Já caiu uma armadura elétrica em cima de um médico durante uma consulta!”.
“As condições são de tal modo adversas e com tal gravidade que é urgente realizar as obras há muito prometidas pela Administração Regional de Saúde do Centro (ARSC) que, sistematicamente, não cumpre o que promete. Estamos perante uma ARSC despreocupada, opaca e insensível”, aponta.
Para Carlos Cortes “é inadmissível prestar cuidados de saúde nestas condições”, lamentando que “mesmo após inúmeras reuniões e troca de documentação entre a responsáveis da USF CelaSaúde e a Administração Regional de Saúde do Centro” a situação continue sem qualquer resposta.
A USF CelaSaúde, com 33 profissionais, está instalada no Bloco A do centro de saúde de Celas onde funciona desde 2008, prestando cuidados de saúde a perto de 17 mil utentes que residem no centro da cidade. A coordenação desta unidade de saúde, recorde-se, reclama obras de reabilitação total do Bloco A deste edifício, com particular insistência, desde 2014. Desde então, o estado de degradação do imóvel agrava-se.
“A ARSC tem demonstrado estar completamente paralisada na resolução dos graves problemas que atingem os cuidados de saúde primários, o que espelha uma profunda insensibilidade pelas condições de trabalho dos profissionais de saúde e pelos problemas dos doentes”, sublinha o presidente da Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos.
O presidente da SRCOM repudia o atraso para o início de obras neste edifício antigo e critica o desprezo da ARSC para com as unidades de cuidados de saúde primários que carecem de intervenções urgentes, citando também o ‘crónico’ caso do centro de Saúde de Fernão de Magalhães.